19 outubro 2006

002

LOBO ANTUNES
IMENSA ENXURRADA DE MEDIOCRIDADE ENCHE LIVRARIAS

O escritor António Lobo Antunes criticou esta quinta-feira «a imensa enxurrada de mediocridade que enche as livrarias», classificando-a como «os livros de hoje», que só serão lidos hoje e depois passarão a ser de ontem e serão esquecidos.

«Fico de boca aberta com a quantidade de livros que se publicam e que, pelos vistos, são lidos», declarou o escritor, no lançamento de «E se eu gostasse muito de morrer», do jornalista e argumentista Rui Cardoso Martins, que classificou como «um dos melhores primeiros livros que se têm escrito em Portugal nos últimos tempos».

«Precisamos de bons escritores, de boa literatura», frisou.

«Não há livro que se publique em Portugal que não seja um grande romance, são todos grandes romances - na contracapa. O pior é o que está lá dentro», disse Lobo Antunes, acrescentando que não é crítico literário «nem sequer um intelectual».

Sobre a escrita, Lobo Antunes descreveu-a como uma actividade que requer «paciência, orgulho e solidão», sublinhando que não se deve confundir orgulho com vaidade, porque «o orgulho pode ser humilde e a vaidade nunca é».

A propósito, o autor revelou que começou um livro quarta-feira e que ainda não aproveitou «uma única linha, uma única palavra», acrescentando que sabe que «vai ser assim nos próximos dois ou três meses».

Diário Digital / Lusa
19-10-2006 20:31:20

001

AS ZANGAS ENTRE MILIONÁRIOS

Amorim não gosta de Jardim Gonçalves, que não gosta de Ulrich, que não gosta de Ricardo Salgado, que não gosta de Balsemão. Rendeiro não gosta de Berardo, que não gosta de Salvador Guedes. Jorge Armindo não gosta de Belmiro. E Belmiro não gosta de ninguém.

Capa da Revista Sábado, n.º 129, de 19 a 25 de Outubro de 2006

18 outubro 2006

000


MENTE ABSTRACTA